sexta-feira, 20 de junho de 2008

Contingente


Acho que tenho sempre razão. Fico lacônico em conversas batidas que me espicaçam com lugares-comuns, não dou abertura inicial a alguns e economizo palavras.

Digo que não gosto do que você adora. Dispenso um monte de gente, conversa de crente, amores carentes, fashioned retros reticentes e tudo que seja só aparência...Falo verdades tão inconvenientes que você deve estar atento, ou em um daqueles conflitos de momento, elas irão afrouxar algumas de suas incrustadas obturações mais resistentes.

Meu sofá velho parece novo e meu sapato novo parece velho. Talvez por isso tenha fugido da catequese aos doze anos e, aos vinte e poucos, descoberto que poetas escrevem meu verdadeiro evangelho.

Tire as crianças da sala. Não indicado para cardíacos. Muito menos cardíacas infartivas convulsivas que desejam marca-passo para felicidade.

E mais, o arquétipo do seu Nirvana ocidental não me apetece: carros maiores, celulares menores, Photoshop no carnaval das identidades e a felicidade em 10x sem acréscimo.

Ao menos, parece que não envelheci tanto, pois ainda gosto mais do John do que do Paul. Embora ultimamente, depois de mudar de rádio enlouquecidamente, acabe me perdendo em alguma empoeirada sessão geriátrica da Continental ou Itapema FM

Mas, certamente hoje sem tantas reprimendas internas e tantos escudos externos que não protegem as artérias de contendas ao toque do pêlo aos poros.

Apenas sublinho um senso que se pensa seguro

Contingências criadas pedra a pedra que cercam um pequeno castelo de sonhos com muro auto-preservação.