sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Mnemosine

  
Lembranças:uma assunção de sussuros. 

Titânide filha de Urano, irmã bastarda da História!

Por que também engolimos os filhos de Cronos?

 Passado... teatro estranho da memória.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Gentileza


gera 




estranheza...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ei!!


Oh!! Oh!!

Tu aí fazendo chapinha com medo da chuva!

Aqui fora!!

Cuidado pra não desaparecer na frente do espelho.

Quando se mira muito ao abismo,

o abismo também te olha...

Rumo a Crise da meia-idade


Além do horizonte, ali, onde a íris sobrejaz o escuro que me tateia;

desejos desejados, pedidos, enterrados, alumeiam

um cemitério de mulheres cadentes. 

Sobressai platonismo pendente ao final do arco-íris?

Yo no creo em casinhas com cerquinha branca,

Pero que las hay... hay...

Neo-dicionário Eduardelis


Ampucultura: adj. conceito clássico aos cérebros zipados, atrofiados; diz-se do subproduto dos filhos prematuros do restolho mecanicista.

Ampulhetura: adj. a tacanhice como resultado, prevista, do antopo-cronomonetário e seu infinito relicário, refúgio dos fracassados, de idéias consumistas. 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

De repente


Quando os unicórnios pousarem

Vou botar o pé na porta das livrarias!

No inverno.

Quando a geada do Sul fizer nevar na Bahia,

o cheiro de esterco não mais será disfarçado em Segundos Cadernos.

Me aguardem...

No inverno...

No inverno.

Haverá poesia.

Metafísica


A Vida.

Muito tema  e pouco espaço.

Só meia dúzia de traços em uma noite mal dormida?



Para a música aspirava talento.

Ah... Mas que dedos parvos deu-te a vida esse tosco rebento!

Delicados como raíz de mandioca, 

articulações de Gepeto, 

incapazes de acordes o devir escurecia a lhe porvir o sustento.

Atirou-se então ao vernáculo espólio.

Sandices de Robin Hood,

Embarradas partituras rimadas distribuía ao vento. 

Pronome


Possessivo em primeira pessoa:

Eu.

Dizem ser culpa dos astros,

conjunções astrais no signo de Touro -

Danço caminhos em meus pés de macaco.

Sem que ninguém veja leio o horóscopo em folhetim.

Só uma vezinha...

Aceno com a cabeça, ironia.

Deixo de lado oráculos destilados e perdoo as estrelas.

A culpa por ser macaco chifrudo?

Minha.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Evolução



Já não precisamos mais com o Diabo fazer sinistros pactos! Enferrujou a santeria de Goethe e o pobre Fausto: pra essas e todas as outras coisas existe Mastercard.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Epiteto.

Asas.

Compasso a existência eólica.

Abraço meu tácito papel inverso.

Reconsidero vertigens de águia.

Sobrevôo profundidades.

Rapina de abismos.

Identifico movimento.

Escroque de paisagens.

Estrangeirismo eugênico.

Condoreirismo à caça.

Cacos de espelho,

reflexos  insetos.

Epiteto de Kafka.

Édipo rasgado tateando as ósculas.


Tropa.

 Solipista astigmatia na miopia te vê.

Transeuntes roubados.

Descensíveis a tudo.

Fósforo riscado.

Cordaços atados.

O pior cego é o que não vê.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Lobo da estepe

Não gosto de coisas descritivas.

Prolixas.

Esmiuçadas.

Aterros em sentidos mares.

Prefiro a palavra aflitiva, 

lacônica, 

solitária, 

onomatopéica.

Aceito tudo que é contra-indicado, 

até coliformes das penas.

Bebo e aprecio o gosto do turvo.

Quiçá um dia serei lobo.

Dissecando a lua cheia,

rouquejando cacofonia, meias palavras,

Sentindo a existência no uivo. 

Escrevinhando

Escrever é:

Recosturar o verbo;

Descozer o sentido;

Fazer bainha na frase;

Alinhavar adjetivos;

É bem mais que "costurar ausências",

Overlocar no vazio.

É, antes, conjurar presenças.

Remendar a plebe.

Desmaltrapilhar tudo que é vivo. 

Existencializar o estio. 

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Mosqueando.


De olhos infantilizados observava uma mosca.

Que sublime objeto de engenharia essa máquina alada desperta em minha consciência dédalônica!

Seus mapas asas hidrográficos.

Sua trombeta açucarenta.

Suas ósculas escafândricas que lhe conferem tal fisionomia protuberantemente ambervisiônica.


Serão seus olhos grandes ou os meus?


Mas, de repente, tudo volta aos coliformes.

Foi-se, ela, ligeira, em busca de lugares menos acétpicamente sufocantes. 

Guardei em estojo toda a epifania pensante a flutuar.

Voltei aos nomes, pronomes, adjetivos, substantivos e tantos sujeitos indeterminados.

Ali onde é impossívelmente equivocado, conjugar o verbo mosquear.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Pedagogia


Ai, meu Deus, de repente, me perdi na lida de esteta!

Comecei a adultizar formigas...

Mil perdões Manoel!

Vou correndo de volta pro Mobral...

Jogarei o caderno pela janela, até que cresca mato entre as letras!!

Aí, então, vou aos fundos, mimetizar as flores, alimentar abelhas,

estudar de perto a pedagogia das borboletas.

 

Sobre Manoel e caquís


Na tentativa de infantilizar meu traço,  

deveras sisudo, adulto, recostei na cama antes de dormir 

lendo Manoel de Barros. 

Mas, desisti... 

Saí correndo, zuerento, pro quintal e fui colher caquís. 

Deixei a folha em branco e escrevi sobre nada... 

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Cogito


Penso, logo não sou.

Abraço contingência indentidade.

O que fui, se foi, não sou, não serei, 

não lamento nem tenho saudade.

Permanência é a arte do encontro.

Pode haver mais intensidade filosófica

que uma hermenêutica da partida?

Nascer, renascer de morte.

Viver e morrer de vida.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O artefato ao fato


Indiferença a expressão topológica, geográfica, logocêntrica, insofismável.

Meu mapa é o da diferença irredutível:

Acidente do desejo.

Relevo cindido.

Desencontro irremediável. 

Sentido tardio.

Caminho selvagem.

Impresentificável comunicação impossível de marchar simulacros.

Um vale de mares vazios.

Fragmentado.

Ponto: estiagem.

Ponto e vírgula: estio;

Da sombra em pós a, vírgula, vida escorre e segue viagem em enxurrada de ares extrínsecos

Dois pontos:

oblíquos prospectos de Eros viventes-vadios...


"Sonho com um mundo em que se morreria por uma vírgula..."

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Verdejar


Raça miserável de tagarelas melosos e seus vocábulos românticos axiomáticos!

O ocaso do esculpir a verve.

A roça do carpir nejar.

Ativos incompatíveis, não posso ser o doador.

Que voltem aos seus túmulos com suas vampirices cardíacas!

Não intento nenhum bálsamo a anêmicas hipocondríacas e, mais, abjetaria tudo por um verter vegetal!

Somente explicar o concreto a parede.

Na sombra tangiversar à imitação do silêncio. 

No pulsar intensa diástole rizomática,

verdejar o verde.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Não quero...

Desapegar.

Verbo intransitivo.

Sem medo aproximo do Eu sujeito.

Adiciono um nome, um pronome...

Da minha semântica gramatical torno adjetivo.


   Desapego.

Substantivo masculino.

D-e-s-a-p-e-g-o: 

separação silábica.

Sintoma dissonante.

Na ponta dos pés entro no tom da palavra.

Exercíto estruturas inconstantes, permissivas:

Um certo afeto em lançar abraços.

Uma certa angústia em manejar despedidas...

sábado, 31 de julho de 2010

Dicionário


Me encanta toda  a palavra.

Uma qualquer já me extende, me basta.

 Mesa, cadeira, rádio, esteira, toupeira, Pedro, pedra, paralelepípedo, televisão.

 Peixe, cavalo, camelo, bezerro, girafa, hiena, boi, avião.

De repente tudo no mundo orbita em sua volta. 

Em desenlace, imanência antropoética alternando as pautas. 

Distensão rizomática, toda a palavra é semente.

Mesmo mastigada, violentada, pisoteada, nas escolas e por toda a gente. 

Todo dicionário é um circo de metáforas.

Palavras dóceis, tristes, enjauladas. 

Mesmo rosnando, projetando as garras, o chicote estala em riste, silvos pavorosos. 

Não é possível ser feliz entre grades. 

Por isso, se agita incontente esse verdadeiro bordel em celulose de espermatozóides verbosos.


A loquacidade é selvagem, pulsa, pré-natal, nunca morre.

O que me horroriza é a frigidez, dos alfarrábios em especial.

Insanos puritanos que só podem sentir prazer pela oração e pelo trabalho.  

Jamais conseguiram dar a luz, não é meu amigo bigodudo?

Posto que já nem conseguem ficar grávidos.  



"Eles dizem  haver inventado a felicidade. Pensam que felicidade é ficar assentados num charco, onde os naufrágios são impossíveis. Pensam que felicidade é conforto. Sonham com a  "terra da Cocanha", a terra onde o vinho corre no leito dos rios, as paredes das casas são feitas de bolo, e os leitões e aves assados correm para a boca dos preguiçosos. Engordam, indolentes  e estéreis,  sob a sombra das  árvores, incapazes de ficar grávidos e dar à luz Jamais sobem as montanhas;  jamais se arriscam pelos desertos; jamais navegam por  mares desconhecidos. "
Assim Falava Zaratrusta

Cú.


Vai tomar no seu cú.

Sim, cú, com acento. 

Não sou tão polido como o Drummond pra dissertar sobre a bunda.

Vou direto ao âmago da questão, sobejamente. 

Queres o quê?

O que?!

Que destile devaneios sobre o cú poeticamente?

"Oh! Que bela flor de couro que brota dos meios teus..."

Cú é cú, porra.

Calma, calma... Vós não estais entendendo.

Mas é que reza nos anais gramaticais que cú não tem acento!!

Cu, é o que aprendi na escola, da tabela periódica, elemento vinte e nove.  

Certo escritor fala sobre um gramático que lhe escreveu para mostrar que Anu, não tinha acento.

Pode?

Como ele mesmo disse, por via das dúvidas, continuou colocando acento para que os pios dos Anús não fossem confundidos com gases fétidos, ou escrementos...

 Pobre cú, esse tímido enigmático, sempre relegado ao ostracismo.

Que me perdoem os gramáticos, eu sou passional, sem papas na língua, enfático. 

Também não és tu?

 Continuarei, sim, aproveitando toda potência da diástole pleural, nos períodos de excitação mental,
colocando acento no seu cú.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

De soslaio


Fechei a porta a inspiração fácil, açucarada. 

Aguinha doce a beija-flores.

Apertei o passo, peso, sisudo, dispenso codinomes. 

Bruto, enfileiro blocos de pedra.

Mãos grossas - rachadas - sulcos, cimento e Eras.

Talvez, todo escritor tenha seus estados:

da ufania romântico-colorida, passando pela ardência do sol sujo do dia-a-dia,

à auto-comiseração dos descornados. 

Ou, quem sabe, escrita seja só alivio, descarrego.

Uma punheta semântico-lexical.

Insensível?

Penso que ser sensível não é rimar "amor com calor...".

"Oh!! O vermelho do teu batom..."

 "Flor do meu jardim..."

[nota mental: eu não poderia descrever a cor dos teu lábios, levianamente,

quando escreves tua boca em mim.]

Ser sensível não é "colocar perfume na flor...".

Coisinha irresponsável, sem vergonha, jogar ao mundo, prematuramente, à kilo,

o que  é quase indizível.

Não sou afeito a imposições, mas chego a flertar, às vezes, de soslaio, 

métodos de controle da natalidade.

Como podem, assim, no primeiro prazer fugaz, já cuspirem seus partos,

indigentes, prematuros, sujos, mendigando pela cidade?  


Sei, sei... Falar de amor é tão normal...

Eu, tenho vergonha.

Os puxo de volta, antropofágicamente, ao ventre, até que não haja nenhum resíduo umbilical.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Odisséia


Apátrida do Real partido.

Bússula do vento, vácuo, cálido, sem destino.

Transforma a lente do microscópio objetivo

em caleidoscópio infinito onde o aparente irreal objeta.

Odisséia do retorno esquecido.

Equanto paquidermes sem corpo tecem, tecem, tecem...

Muros, mortalhas, grades, trincheiras, cangalhas, barreiras, ferragens,  paliçadas...


Tirocínio incontrolavel.

 Liguagem, oxidada, engrenagem; loquacidade de atestado, em ordem unida, uniformizada.

E, tremem, tremem... tremem frente aos lobos!

Ao uivo, ao grito.

E seguem na ufania transloucada de tentar reduzir o infinito poder da palavra

ao raquítico petrificado que é dito.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O Dia da Lua


A ampulheta digital impõe o que lhe foi acordado.

Olho entrecruzado,  

busco um ângulo pra cara amarrada.

Ignoro, vocifero, viro pro lado.

Suspiro - inquieto -, reconsidero, 

a hora é pesada.

Passo sonolento de chinelo arrastado.

Segunda-feira.

Endomingado...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Panóptico.


FACULDADE PORTO-ALEGRENSE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS
CURSO DE LETRAS

TEORIA LITERÁRIA II - Exercícios 1ª unidade 
Professora: Drª Ana Maat Ribeiro



1 - Pra que serve o poema?

Leia o poema de Drummont e responda a questão acima, exegese catedrática. Tu deves construir teu tirocínio discente, loquacidade de atestado, dissecar tua sina, não esquece. Pesa os aspectos intrínsecos e extrínsecos de análise estudados (se é que ainda não fostes petrificado em tantas medusas-verdades):


A Bunda, que Engraçada 

A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda 


O gênero lírico se constitui através da tácita manifestação do simulacro eu lírico, que expressa sua hermenêutica da realidade a partir de uma percepção interior, emocional, individualizada. Esforça-te na maiêutica como de praxe. Lembra-te da sorrateira dualidade entre o autor e o eu lírico, mesmo em osmose antrópica, há visão em paralaxe.


2 - O gênero e a forma de comunicação que o eu lírico estabelece com o leitor. 

Observe o poema de Adélia Prado: o ritmo, sentido das palavras, o aspecto gráfico, do título significado. Elabore uma conclusão a respeito do gênero supra-citado e da forma de comunicação que o eu lírico estabelece com o atônito leitor. Lembra-te, literatura se faz com palavras vivas, necropsia com palavras mortas. Busca no cemitéiro da semiótica a anatomia  da  verdade. Sintaxe e semântica, verossimilhança, em busca da uma objetividade para que a doença não nos destrua:

Explicação de poesia sem ninguém pedir

Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica,
mas atravessa a noite, a madrugada, o dia,
atravessou minha vida,
virou só sentimento.


3 - De onde se origina o poema? Como ele dialoga com a tradição da lírica e com o seu tempo? 

 Leia os dois poemas abaixo e responda à questão acima (nota mental: meu Deus, por que me abandonaste!) considerando a posição do eu lírico e o que se oculta nos enleios tortuosos da verdade. Atenta à intertextualidade, simbiose  fecunda, ornamentada, rotunda, por feéricos seres de muitas faces. O processo de construção e virtual desconstrução da lírica - mesmo que possesso pela vontade de verdade - em sua mais tenra versão idílica, seus aspectos estruturais e sua íntima relação com o olhar-representação da realidade:


Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
-- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.


 
Poema de sete faces 

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Verbalística

O lirismo é a arma.

Vem sorrateira do plano imagético

enche o peito hipotético e dispara matadeira palavra-projétil.

Vítimas transcendem estatísticas, alvejante  

intifada correndo em fogo cruzado e - jamais -,

desemerecendo o "tiro ao Álvaro",

sempre tem onde furar.

Discurso-escudo,

de nada,

Vale,

em vão,

inunda.



O projétil, citado, corta o vácuo, 

termo-guiado - no vazio se propaga -,  

ao calcanhar de Aquiles.

E se a arma lhe falha, mestre no rabo de arraia, 

puxa da manga, em riste, a tenra a navalha e

dá chá de sumiço.

O segredo é de Estado, o ofício arriscado:

segurar o atômico disparo da Pandora anímica.

O agente sem nome.

  Verbalística.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Prova de laço.


Qualquer fogo fátuo me apeia ao cavalo agita meu prolixo laço.

Segura peão! 


Corcoveia no arreio aperta a palma no freio que o bicho é do bão!


Gineteio na prosa espeto a espora e amanso a chucra boiada.

Frio na barriga é pra traço de Maria guria.

Há ouriço na medula!

Oh! Se há!!

sábado, 24 de abril de 2010

Cotidiano.

Todo o lirismo verteu.

Extensa sangria.

Tentei conter gotículas várias com as mãos.

Tudo escorreu.

Um gesto cálido impedido na paliçada. 

De repente, lhe falei, assim...

E me refletiu uma gramática fria em meias palavras.

Insípido óbvio virtual.

Nenhuma derradeira centelha que me acenda.

Oxigênio raro resíduo umbilical.

Esmoreceram as pautas.

Da euforia mágica do enrendo.

À apatia trágica do engano.

Formalidade diplomática.

Gentileza burocrática.

Fósforo riscado.

Cotidiano.

sábado, 17 de abril de 2010

Tédio.


Muita pressa ao que não passa. 

De repente, tudo no Mundo é cheio de nada.

Vagueio do tédio a carcaça.

Por aí.

Sempre da sombra em pós.

Beletrismo


Se tu, infortúnio tácito, 

por ventura da.

Meia sorte sem, 

transitando por.

Topar com, 

tudo era então.

  A víbora inominável.

Por deveras.

Era uma vez...

[shshshsh vou falar baixinho... 

Deita-te e desfruta interstício dos moribundos.

Pobre mortal, estarás fulminado em segundos.

Pois nenhum soro anti-beletrício salvar-te-á.]


Mas, te cuida com.

O perigo espreita.

[Pedantes apedeudadores de Aurélio.]


Sobejamente há.

[Amantes do labirinto,

bebedores de cera.]


Loquacidade simulacra.

[Nunca terão asas de Quetzalcoatl.]