quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Radinho de Pilha

Cansado de ser o radinho de pilha amigo
Que a tudo acata,
que a tudo vibra.

Exausto.

De histórias urbanas,

Gogós sertanejos,

Horóscopos tortos

Comícios, festejos.


Retiraram-lhe o cordão umbilical;
novamente o itinerário denotava questão de tempo
ao trágico ensejo.

A freqüência modulada descobria o véu da memória,
O chiado reticente era tal qual sinestesia insistente que
remetia a um momento onde era divida uma história;


E ao passo do descompasso:

A vida.

Segue o rádio sua saga:

Segue.

O rádio.

A sina.


De ser mais que simples arauto transistorizado.

Mais do que lhe permitiam...


Mas foi um instante de descuido de seu amigo-dono

Que o radinho resolveu entregar os pontos:

Acovardou-se feito ele.

E chorou chiando

Jogou-se, arquibancada abaixo, abortando sua missão.


Não quis narrar o inenarrável...

(Produção conjunta by Ana Priscila e Eduardo Marques)