segunda-feira, 30 de julho de 2007

Invisível

Eu... tenho a dizer...e tanto medo...
Segura forte a minha mão!
Inspiro, suspiro...expiro meus segredos
Desato o cordaço do sapato do destino
Ando descalço... Pego o atalho no caminho
Beleza da vida é sua imprevisibilidade
Encruzilhadas do acaso
Abrem portas ao infinito...
Desço do muro onde se debruçavam memórias do passado
... um olhar... um sorriso...
Se hesito, erro... exercito a incoerência;
É porque não tinha os olhos despertos
Coração desfeito, sentidos à ferros!
Mendigando parcas indulgências
Vem... não pede licença
Me liberta!
Estendo os braços pra provar-te a inocência
...chaves não precisam de portas abertas...

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Antropofagia

O conhecimento é mais importante
Que a imaginação...
Não atiro palavras ao vento
Cada palavra é um padaço de mim,
Meu corpo, meu sentimento
Escondem as vozes da razão
Escrevo registros com sangue
...sorrisos e lágrimas...
Espirram com a força
Que bate meu coração

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Do Lado de Dentro

Um muro foi levantado
Do outro lado, a eterna primavera
Flores e cores deveras...
Aqui, esse inverno frio, eu
E minhas pobres quimeras...
Ah, quem me dera
Que sobre uma lagrima triste e dolorosa
Por algum milagre, sobre esse muro frio
Brotasse ao menos
Uma rosa...
Quimeras vulgares, ilusões enganosas...
Não acredito em milagres
E em muros
Não dão rosas...

Alô povão agora é sério!!


Achei que não soubesse sambar...
No carnaval das identidades
Ficava alheio a orgia das ilusões hi-tech
Também, com a minha idade
(pensava)
Mas o vírus da proliferação virtual adquire status psicossomático
Musica malemolente, serpentina, bebida, confete...
E lá vai mais um folião contente!
Na avenida toscamente
...a bailar...

Quiromancia

Cansei...cansei...cansei!
Cansei de contusões cardíacas:
Torções, distenções, esmagamentos, luxações...
Insulina de boca-em-boca;
Hemodiálises emocionais
Destilando distrações...

O que resta é um órgão semi-fossilizado
Talvez Paleontólogos quiromances do futuro
Encontrem nele as marcas indeléveis do passado
Espantados comentariam sobre calssificações
Remotas existentes, concluiriam:
-Sapien sapiens da Era de Aquário: racional, frio, indiferente...
- Por quê assim era?

-Em pedras pisava toda a gente...

Convalescência


A arte está doente. Pois está cheia de doutores...

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Cotidiano

Da euforia do enredo
Fez-se a apatia do engano
Teatro estranho onde o sorriso Jaz
...preto e branco...
Trincheiras conjugais
Gentilezas burocráticas
Camas diplomáticas
...cotidiano...

sábado, 21 de julho de 2007

Tons...


Em cada dor: uma partida
Em cada cor: um recomeço
Em cada tom, eu reconheço,
a eterna mudança da vida...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Pós-moderno

Ergue um pedestal e coloca teu ídolo de pedra
Estético, seletivo, hierático
Tantas mazelas que endurecem as gentes!
Eu sigo: irônico, descrente, sem saco...
Do seu mundo plastificado na aparência
Hipócrita, cronomonetário, exático...
E quem se importa se você se importa
Com o que a gente sente?!
O nobre olhar da tua Deusa demoníaca
Transforma tudo em pedra
Pobres viventes... Ah, os viventes
Vomitam convuldisfunções cardíacas
Cospem promessas
(Outros idiotas adoram correr atrás destas)
Abraçam o vento
Apontam o dedo em outra direção...
Escarram-se em olhares sórdidos
Regurgitam sentimentos mórbidos
E não pensam
Como animais que são...

Gramótica



Me aborrece a tal gramática
Silogismos sublimados
Sintaxes em razões destiladas
Escombros de palavras mutiladas!!
...sujeitos indeterminados...

O Segredo...


O mistério do mundo me assombra...
O mísero desejo de consciência:
Ciência, racionalidade, conveniência...
A contingência da verdade!
Tudo do nada? E o nada de onde?
Evidente problema!
Pois que joguem palavras ao vento
E que se forme um poema!!!
Onde há mais verdade?
No trabalho da lavadeira,na lida do operário?
Talvez essa seja a verdadeira essência:
nenhum desejo de consciência!
Apenas a morte caindo do azul
Como a fluorescência dos astros
Em noites estreladas...
Ah, aquela bela frase:
“Há mais verdades entre o céu e a terra do que julgam todas as filosofias...”
Que ironia! Pois se tu vivesses hoje escreveria:
“Há mais mentiras que verdades...”
Que continuem buscando a tal verdade
Nas religiões, Filosofias do mundo, nas ruas da cidade...
Jamais, nenhuma delas,
Terão tanta verdade, nem tão pouco a seriedade,
Das crianças quando brincam...

New World Disorder







Minha prolixidade muda
Escarra na sua orelha burra!!!

Emergência


...silencio...
A beleza da hora que para
Pensamentos... pensamento...
Estendem-se os braços
Destila-se desejo:
hemoglobina, glóbulos, hemácias;
O círculo faz-se
Metade sístole, outra diástole...
Atravessa teu olhar
Espanta as ilusões não paridas
Amor...Nossas bocas unidas!
O elo invisível
Um cículo perfeito...
E tu já não pensa
E eu já não vejo
Pensamentos tardios
Estado de emergência
Olha pra mim
Me beija...
Me deseja...

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Vamos estendar as mãos...

"Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira seguí-lo. Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos."


Provérbio Ute