Gostaria de ter escrito um diário quando criança – em segredo obviamente -, porque só as meninas escreviam tais. O diário é um amigo que sempre ouve nossos segredos, e o melhor, não conta a ninguém. Depois de adultos, quando sentimos falta de falar com nossa própria consciência, confessar pra si mesmo inquietações, vamos ao Psicólogo.
(nota mental: já que não gosto de Psicólogos tenho meu próprio diário secreto)
Sempre amei os domingos. Sempre foi uma relação quase mágica. Quando pequeno acordava cedinho e ficava sentado na porta de casa absorvendo a luz da manhã sentindo aquele misto de calor e friozinho... “easy like a Sunday morning...”. Depois de adentrar ao mundo adulto e me tornar plenamente capaz, as noites de sábado passaram a ser muito bem aproveitadas e nem sempre acordo digamos muito cedo. E há uma inversão que se fez. Passei a não gostar de domingos à noite. Domingo à noite é o “fim-de-feira”. Tudo que podia ser aproveitado já foi. As distrações, emoções, compulsões... Cabosse... Amanhã é segunda-feira...Um buraco negro interno pede passagem, vontade de sair correndo... Então corro e divido minha inquietação fingindo que vós não estão lendo. Rebobino a fita K-7 do (sim, sim... sou da antiga) tempo e penso... penso na vida.
(nota mental: voltar a fita com caneta Bic dá uma trabalho...)
Bem, quem diz que é bom ser sozinho sempre diz uma meia verdade. E que, pra maioria, a vida de casados abençoados por Deus, é uma vida pela metade. A verdade é que nunca quis ser “marido”. Sempre tive a sensação disso e não sabia por quê. Claro! Quero ser Amante! Amante da vida, das amizades, das paixões tsunâmicas que violentamente em irrupções vulcânicas arrasam a cidade.
(nota mental: ainda acho que a Florbela Espanca é minha alma gêmea)
Marido dá bitoca de boa-noite. Amante dá mordida de bom-dia.
Marido ronca. Amante não dorme.
Marido pega na mão. Amante pega no colo.
(nota mental: já que não gosto de Psicólogos tenho meu próprio diário secreto)
Sempre amei os domingos. Sempre foi uma relação quase mágica. Quando pequeno acordava cedinho e ficava sentado na porta de casa absorvendo a luz da manhã sentindo aquele misto de calor e friozinho... “easy like a Sunday morning...”. Depois de adentrar ao mundo adulto e me tornar plenamente capaz, as noites de sábado passaram a ser muito bem aproveitadas e nem sempre acordo digamos muito cedo. E há uma inversão que se fez. Passei a não gostar de domingos à noite. Domingo à noite é o “fim-de-feira”. Tudo que podia ser aproveitado já foi. As distrações, emoções, compulsões... Cabosse... Amanhã é segunda-feira...Um buraco negro interno pede passagem, vontade de sair correndo... Então corro e divido minha inquietação fingindo que vós não estão lendo. Rebobino a fita K-7 do (sim, sim... sou da antiga) tempo e penso... penso na vida.
(nota mental: voltar a fita com caneta Bic dá uma trabalho...)
Bem, quem diz que é bom ser sozinho sempre diz uma meia verdade. E que, pra maioria, a vida de casados abençoados por Deus, é uma vida pela metade. A verdade é que nunca quis ser “marido”. Sempre tive a sensação disso e não sabia por quê. Claro! Quero ser Amante! Amante da vida, das amizades, das paixões tsunâmicas que violentamente em irrupções vulcânicas arrasam a cidade.
(nota mental: ainda acho que a Florbela Espanca é minha alma gêmea)
Marido dá bitoca de boa-noite. Amante dá mordida de bom-dia.
Marido ronca. Amante não dorme.
Marido pega na mão. Amante pega no colo.
Marido reclama do trânsito. Amante escorre pelo câmbio a mão delirante...
Marido faz “papai-e-mamãe”. Amante atira na parede e...
Marido faz “papai-e-mamãe”. Amante atira na parede e...
(nota mental: atirar na parede “e...” é o oro do bizorro)
Calma Apostólicos Pentecostólicos da Igreja do Circular do Triângulo Redondo. Não irei incitar a pueril juventude a exorcizar o santíssimo sacramento da união divina entre dois seres abençoada e executada pelo legítimo representante divino na Terra incumbido de tal sagrada função espirituiliooosa...
Apenas descobri que não quero a “metade de laranja” nenhuma. Quero sim, um morango inteiro ou ao menos, uma bela maçã mordida. Não quero um caro símbolo estático nos dedos. Quero mãos tensas, toques trêmulos. Não quero uma cerimônia com testemunhas. Quero uma festa com cúmplices de todas nossas belas histórias, ou dos desejos inglória, inconfessáveis loucuras...
Não quero certeza. Quero medo. Teus olhos, teu corpo, teu desejo. Que atrás do teu rosto, teu batom, se guardem todas nossas desmesuras, nossos segredos. Não quero barriga estufada, mesas fartas, sofás gastos. Quero o ventre livre e leve. Aquele friozinho de barriga produzido pelo vôo hipotético de pequeninas borboletas árticas. Não quero reclamações por impontualidade. Quero sim, me arrumar pra ti, exagerar no perfume, euforia, olhos cravados no relógio de ansiedade. Aquele sem jeito dos primeiros encontros: respiração ofegante, coração tropeçante, a alegria inconstante na beleza de estar... Amante.
(nota mental: não sei como ainda hoje perco o jeito, fico bobo, esqueço o planejado, disfarço, olho pro lado, não sei o que falar direito.)
Um comentário:
que texto a fudê!!!
eu, a que não comenta porque acha já ter dito tudo, digo: apaixonei no texto!
adorei as notas...melhores partes!
a fudê, não tem o que dizer, texto que dá vontade de sair correndo pulando e gritando. a fudê
péssimo comentar com palavrão, mas é a fudê...
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